25 de jan. de 2004

Anarco-capitalismo

Nunca havia falado aqui sobre o anarco-capitalismo. Realmente foi um lapso. Bom, ao menos tenho um link pra página do Hoppe ali em cima, para não ficar tão em débito...

A teoria anarco-capitalista é verdadeiramente subversiva. Se os esquerdistas brasileiros, desde aqueles que chamam Malan de "neoliberal", tomassem conhecimento das idéias, por exemplo, promulgadas por Rothbard ou Hoppe, iriam ficar orripilados em cair na realidade e denotar que Malan não tem nada de "neoliberal." Pelo contrário. Representa um perigo para o livre mercado, como ficou patente no decorrer de dois mandatos de FHC sob o jugo de Malan. A carga tributária duplicou e o mercado atrofiou!

Uma tese muito pertinente dos anarco capitalistas é a crítica de Hoppe sobre a democracia e a idéia de "Estado limitado" dos economistas liberais clássicos. Hoppe argumenta que a democracia falhou em pretender consolidar o livre mercado. Na verdade, a própria natureza da democracia representa um perigo para o livre mercado. É isso que notou Hoppe. Escreveu ele que a democracia ao dar margem para qualquer candidato governar e ao ser fundamentado num contrato social, isto é, uma imposição de condições do Estado sobre a sociedade, a democracia permite que o Estado seja governado por qualquer pessoa, inclusive alguem que esteja comprometido com interesses coorporativistas, bem como, com as idéias pró-estatais. No extremo, por socialistas. É mesmo, a democracia é um perigo e a História confirmou a tese. É só ver a que tamanho chegou o "Estado Mínimo" do liberais clássicos em todos os países democráticos.

No Brasil não existe nem um livro de cunho anarco-capitalista. Apenas no site O Indivíduo é possível ler sobre o tema. Marcello Tostes, colunista do site, tem dois excelente trabalhos divulgados lá. O Marcello tem o grande mérito de ser o pioneiro a apresentar ao público brasileiro a literatura anarcho e além disso, é preciso ser dito, fez esse trabalho com muita competência.

Os dois textos podem ser lidos clicando nos títulos: Liberalismo Clássico: uma crítica e Estado, Contrato Social, Segurança e Bens Públicos. Se trata de duas críticas demolidoras à idéia da Democracia e do Estado Mínimo tão caro aos liberais clássicos. O segundo ensaio, é uma crítica estritamente econômica a idéia dos elementos do título serem uma obrigatoriedade de serem ofertadas pelo Estado. Além disso, Tostes refuta de forma implacável a idéia do Contrato Social e, com isso, a própria existência do Estado. Solução: Abolir o Estado, privatizar tudo e deixar o mercado ser realmente guiado pela Mão Invisível.