Um Blog muito Sério (prestando esclarecimentos)
Delfim Neto, o Keynesianismo e a Escola Austríaca
Estava conversando pelo ICQ com o Renan, meu amigo que ajudou a criar a Blog. Ele me falou que algumas pessoas lhe perguntavam por que eu era tão sério no Blog o que ficaria parecendo que sou um chato; que só fala em Economia etc, etc.
Então lhe falei que o propósito do blog era exatamente este: ser chato. Isto é, só falar em Economia, ou pelo menos na maioria dos posts. O que aliás, não discordo daqueles que acham chato um sujeito que fala de Economia o tempo todo. Sou um chato por excelência, portanto.
Aproveito então, para informar os caros leitores, que um Blog na internet foi a única alternativa (pois escrevo o que bem entendo e tem uma abrangência bastante ampla) para falar sobre o assunto que considero de distinta nobreza e que tanto me fascina. Portanto, peço excusas aos ilustres leitores que se depararem com tamanha chatice. Eu não obrigo ninguem a lê-lo. Quem o lê, faz por que gosta ou sei lá por que...
Por fim, pretendo comentar (assim que ler) a entrevista que Delfim Neto concedeu a revista Conjuntura Econômica, edição de dezembro passado, antes mesmo de receber o convite de Lula para participar de sua equipe econômica. Mas de imediato, já dá para adiantar, que sua entrevista de quatro páginas é uma babação em esperança na política econômica do Lulinha "paz e amor".
Outro ponto que me chamou a atenção - para não dizer um susto - foi a seguinte declaração do ilustre: "não se faz necessário a existência de poupança para gerar o crescimento". Essa tese é conhecida, não é nem uma novidade, aliás, J. M. Keynes é o grande culpado por essa insanidade teórica que levou a maioria das economias do pós-guerra a gerar impagáveis déficits públicos.
Delfim é um grande keynesiano, bem como 99% dos economistas brasileiros. Para se ter uma idéia, hoje a carga tributária brasileira que reflete absurdamente quase 40% da renda nacional, tem origem na delinquência keynesiana. Ela reza que o Estado todo poderoso deve "impulsionar" a economia, gerando crescimento, graças aos juros artificialmente baixos garantidos pelo Estado ou pela emissão de moeda papel protagonizada pelo mesmo. Essa medida inflaciona a economia gerando num primeiro momento uma sensação de bem-estar, mas os economistas devem prever que o que vem em seguida se tal desatino for levado adiante é uma lastimável estagnação econômica e tão logo a estagflação (depressão econômica com inflação), ou seja, o diabo.
Essas perversas conseqüências que leva uma nação a depressão não são previstas pela teoria keynesiana, que sinaliza com mais intervenção do Estado quando denota a trágica realidade que suas próprias mãos a conduziram. Essa nova intervenção Estatal que pretende "salvar" a economia, inevitavelmente, só agrava o problema ao invés de solucioná-lo.
O francês Frédéric Bastiat, outro economista praticamente desconhecido no Brasil e pelas declarações sou levado a intuir que Delfim também não o conhece, ensina que existe o bom e o mau economista pelo fato de que o mau economista enxerga apenas os efeitos que se vê de uma medida econômica (por exemplo os juros artificilamente baixos estabelecidos pelo Estado, sabe-se que num primeiro momento gera crescimento) e, por outro lado, o bom economista, que enxerga os efeitos que se vê, mas também enxerga aqueles que se devem prever (por exemplo, a suposição que o Estado permaneça com uma política monetária artificial, logo após ter-se-á um endividamento público crônico com efeito drástico sobre a sociedade). Este é o efeito que não se vê mas que deve-se prever pela boa teoria econômica. Tenho impressão que Delfim não conhece essa lição.
A Escola Austríaca foi a primeira a apresentar uma teoria fundamentada sobre o assunto (de maneira incompleta foi tratado acima). Mas bem, esse quesito é um assunto especial e caberá à um outro dia.
Enquanto isso, vamos ler a entrevista...
11 de jan. de 2003
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