Ponto de Mutação - O Filme, o Capra, o Olavo, o Meira Penna e a concepção da CIÊNCIA. E meu rumo nesse emaranhado...
Quinta-feira o professor passou um video para a turma. O filme se chama "Ponto de Mutação" um documentário baseado no livro de mesmo nome de Fritjot Capra.
O filme narra a história de três sujeiros: um poeta, um político e uma cientista que passam o tempo todo discutindo filosofia, Descartes, política e ciência. Tudo isso relacioando com a natureza e o ser humano ou a intervenção do ser humano na natureza. Gostei muito do filme, pois nunca tinha lido nada sobre a questão científica do progresso das idéias e do mundo. Isso que me chamou a atenção. Descartes teria concluido com sua investigação de que o mundo; as pessoas, se comportam como um relógio. Um comportamento, portanto, mecanicista. É nessa base que boa parte do diálogo se estende...
Então lembrei que o Olavo de Carvalho tem um livro sobre o dito cujo, o Fritjot Capra, físico que inspira os diálogos do filme.
Como o livro está disponível na internet clicando aqui, fui lá e imprimi toda a parte sobre Capra (a de Gramsci eu já possuia). Tenho certeza que será uma crítica mordaz sobre o "mestre" da ciência.
Como se não bastasse, antes disso, ontem mesmo, estava lendo "O Dinossauro" de J. O. de Meira Penna, esse outro pensador que o Brasil um dia vai saber reconher com a justiça que merece seu pensamento e sua obra, um livro simplesmente espetacular cujo subtítulo é "Uma pesquisa sobre o Estrado, o patrimonialismo selvagem e a nova classe de intelectuais e burocratas"
O subtítulo já diz tudo, né? Quase. Não fosse a grande erudição do autor que remonta desde os pensadores clássicos e românticos do século XVI, XVII e XVIII para construir a lógica implacável de sua investigação e culminar no lúcido esclarecimento do "estado de coisas" que opera a burocracia brasileira, fenômeno inigualável na história da burocracia planetária, atrofiador e causador por excelência de nosso atraso e subdesenvolvimento, bem como, ele investiga a mente de quem nos guia: os intelectuais ociosos e cegos que se locupletam nas cádetras universitárias e dão sustento para os discuros demagógicos de nossos políticos. Um desastre que mais do que ninguem hoje presenciamos...
Feito esse humilde, mas justo apontamento sobre a obra, foi lá que li o ensaio "Dépostas Esclarecidos" onde retrata exatamente as questões da ciência e do pensamento como abordado no filme do dia anterior. A diferença é que a maturidade de Meira Penna surpreende o leitor com sua nobre visão filosófica do tema.
Preciso continuar lendo o livro, e também quero ver novamente o filme (minha namorada se propôs a assistir junto após te-la convencida. Que ótimo!) assim como, percebi que maravilhoso e instingante é a leitura da literatura científica elaborada pelos filósofos e pensadores da "idade da razão".
Vamos tomar um rumo mais "cientificista" nos estudos, portanto.
22 de mar. de 2003
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