11 de jan. de 2008

Conhecimento e Moral: uma nota

A filosofia moderna personificada no humanismo secular derrubou as crenças que fundamentavam o conhecimento do mundo (o que é?) e, em decorrência disso, a base mesma, sólida, que motivava o homem àquilo que Victor Frankl viria a chamar de sentido da vida. A revolução copernicana do século XVI, por exemplo, mostrou que o universo é infinito, que a terra se movia e que girava em torno do Sol e não o contrário. Estas descobertas colocaram à baixo as teorias que dirigiam o homem em relação ao mundo (e em relação a si mesmo e à sociedade) ao longo dos séculos; desde os antigos gregos, pelo menos.

Implicações da descorberta de como o mundo é, ou a natureza, ou o cosmos - como diriam os antigos filósofos gregos - se estendem muito além da própria teoria do conhecimento. Descobertas científicas trazem consigo implicações para o homem, ou mais especificamente, para a formação de seu código de conduta individual e social. Mas em que intensidade as descobertas científicas implicam no código de conduta humano? A intensidade é absoluta ou parcial? Acredito que descobertas científicas trazem implicações éticas, quer aceitamos estas implicações ou não.

Vamos olhar a coisa mais de perto. É por saber (ou tomar como verdade) que Jesus Cristo é filho de Deus e salvador único de nossas almas, que o fiel procura ajustar o seu código de conduta. Se ele é coerente com o que sabe e acredita ser a verdade, seu código de conduta deverá estar, na melhor maneira possível, de acordo com este conhecimento que possui e considera como verdade. Por acreditar em Cristo salvador, por exemplo, o fiel procura ajustar seu comportamento de acordo com os ensinamentos que se extraem da doutrina cristã. É por isso que conhecimento e moral estão intimamente associados. Toda a moral é derivada daquilo que se toma por verdadeiro em relação ao mundo mesmo. Seria o mesmo que afirmar que sem conhecimento a moral não é possível. Contudo, isso parece não resolver um problema mais específico.

Será que podemos dizer “diga-me o que pensas do mundo e te direis como ages”? Caso contrário, pergunto, seria o caso de supor que existe uma lacuna entre moral intelectual e ação efetiva do agente moral? Caso seja isto, onde estaria o problema?

8 comentários:

Anônimo disse...

Hello. This post is likeable, and your blog is very interesting, congratulations :-). I will add in my blogroll =). If possible gives a last there on my site, it is about the CresceNet, I hope you enjoy. The address is http://www.provedorcrescenet.com . A hug.

Miguel López da Silveira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Miguel López da Silveira disse...

Caro Lucas:
Faço faculdade de Letras em Porto Alegre, e companheiro de ideias libertários econômicos e dos grandes políticos conservadores do Big Old Party, gostaria de saber mais quais livros básicos devo ler para um melhor entendimento econômico. Já bisbilhotei as biografias de von Mises, Rothbard, Hayek, etc. Mas como não tenho nenhum conhecimento econônico, não sei se devo ler algo introdutório para depois passar a Escola Austríaca de Economia, e o que ler de cada um desses economistas.
Obrigado.

Lucas Mendes disse...

Prezado amigo,

Antes de ler Ação Humana do Mises, sugiro que inicie com o livreto do Rothbard O Essencial von Mises. É ótimo para iniciar. Caso não conseguir este, veja o Economia e Liberdade do Ubiratan Iorio. É uma sistematização geral (muito boa, diga-se de passagem) da teoria econômica da escola austríaca.

Assim, voce conseguirá encarar com mais tranquilidade o livro Ação Humana, caso tenha interesse em conhecer Mises em seus próprios termos. O que é altamente aconselhável, evidentemente.

Depois, poderá ler e usufruir em toda extensão o fantástico For a New Liberty do Rothbard. Daí em diante, será capaz de andar sozinho a partir dos seus próprios interesses de estudo. No final de tudo, leia Democracy: The God That Failed do H. H. Hoppe. É algo notável e mais profundo que Rothbard, lhe abrirá um horizonte de leituras e possibilidades que só a genial mente do Hoppe é capaz de nos proporcionar.

Abraço!

Miguel López da Silveira disse...

Caro Lucas:
Consegui no próprio site do Von Mises Institute o "Essencial de Von Mises". Infelizmente não achei disponível em nenhum lugar o livro do Ubiratan Iorio. Vou começar as leituras e repassá-la ao outro colaborador de blog Destra Opinião.
O Ação Humana eu consegui em pdf. no site do Opinião Livre.

Conversei com o outro colaborador do Destra Opinião e realmente achamos ótimo teus textos. Gostaríamos de saber se você está disposto a contribuir com alguns desses textos para o Destra Opinião. Seria uma honra.

Apesar de começarmos nosso blog com sem nenhuma pretenção (assim como você pelo que entendi nos teus primeiros textos em 2002), agora começo a ter uma visão mais otimista e começo a divulgá-lo.

Em breve entrarei em contato. Lhe digo então o que achei do ensaio introdutório do Rothbard.
Obrigado.

Grande abraço.

Miguel López da Silveira disse...

Muito obrigado pela ajuda, Lucas!
Tens algum outro método de estabelecermos contato (MSN, Orkut, etc.) para podermos conversar.

Gostaria de saber de como tu gostaria que fosse publicado os teus artigos no Destra Opinião, se eu simplemente copio e colo teus artigos ou te mando o convite de colaboração com o blog, e assim que fores produzindo teus artigos irás publicando tanto no Austríaco quanto no Destra Opinião e nos outros blogs que tens co-autoria.

Abraço!

Lucas Mendes disse...

Miguel,
meu msn é lucasmendes14@hotmail.com

Pode pegar os artigos do austríaco e publicar no teu blog, sempre citando a refêrencia.

Abraço
Lucas

Guilherme Franco disse...

E eu que achava que conhecer era exatamente libertar-se da moral... O mito do pecado original não poderia ser mais claro.
Minha resposta à primeira pergunta é sim. À segunda também (oh, como gosto de dizer sim!). E quanto à terceira, poderiam haver muitas respostas: a prostituição (dado que somente determinadas causas engendram tais efeitos, para obter tais efeitos seria necessário submeter-se a elas), a fantasia (recurso mental compensatório que nos garante um prazer imaginado face à impossibilidade ou dificuldade de realizar o prazer), pra ficar nas primeiras que me vêm à mente (falar em comportamento sem conhecer as condições é complicado, e isso explica a dificuldade de responder uma pergunta geral).