Entrevista com Adrián Ravier
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o, publico entrevista com Adrián Osvaldo Ravier sobre o
II Congresso Internacional “A Escola Austríaca no Século XXI”, a realizar-se dias 7, 8 e 9 de agosto de 2008, em Rosário, Argentina. Adrian é formado em Economia, e atualmente faz doutorado em economia pela Universidade Rey Juan Carlos de Madri, orientado por Jesus Huerta de Soto. É pesquisador membro da
Fundación Hayek de Buenos Aires e um dos organizadores do II Congresso Internacional. Também mantém um blog pessoal
http://www.adrianravier.blogspot.com/ e desde Buenos Aires nos concedeu esta entrevista por e-mail.
LM - A Escola Austríaca é ensinada no meio acadêmico argentino?
AR - Desde os anos setenta, certamente em razão do Premio Nobel de 1974 á Friedrich A. Hayek, tem ocorrido um considerável ressurgimento do interesse pela Escola Austríaca. Esta escola do pensamento se originou no século XIX nos trabalhos de Carl Menger e seu jovens clegas Eugen von Böhm-Bawerk e Friedrich Wieser. Durante o século XX esta escola chegou gradualmente a ser identificada principalmente com as idéias de Ludwig von Mises e Friedrich A. von Hayek.
E, com efeito, são as idéias de Mises e Hayek que gerou o renovado interesse pela tradição austríaca no século XX. Este renovado trabalho austríaco tem tomado lugar principalmente nos Estados Unidos, mas um significativo interesse nestas idéias tem se manifestado também em diversos países no mundo todo, inclusive países latino-americanos.
Lamentavelmente, às margens deste ressurgimento, as universidades argentinas pouco tem incluído as idéias austríacas em suas ementas curriculares. Nos cursos de graduação em Economia, por exemplo, a tradição austríaca aparece apenas no âmbito da “História do Pensamento Econômico” ou da “Economia Monetária”, justamente pelas contribuições de Hayek que lhe conferiram o referido Prêmio Nobel.
LM - Como surgiu a idéia do Congresso Internacional da Escola Austríaca?
AR - O Congresso Internacional “A Escola Austríaca no Século XXI” surgiu como uma iniciativa da Fundação Bases (Rosario) e da Fundação Hayek (Buenos Aires), exatamente para tentar mostrar aos jovens estudantes “a outra metade da biblioteca”, esta que mencionamos e que hoje praticamente não faz parte dos programas de estudos nas escolas de economia.
O êxito que experimentamos com o I Congresso em 2006 nos têm dado estímulo a dar uma peridiocidade a cada dois anos ao evento.
LM - Quais foram os resultado do I Congresso? AR - Felizmente, os resultados não poderiam ter sido melhores. A lista de destacados conferencistas convidados, entre eles Richard Ebeling da
Foundation for Economic Education, agregou um amplo grupo de expositores nacionais e internacionais – de fato, uma terceira parte do Programa de Exposições esteve formada por participantes do exterior – que abordaram de forma orginal e interesante a variada temática de desenvolvimentos teóricos que caracteriza a Escola Austríaca. Desta forma, os
papers expostos refletiram interesses que vão desde a economia e a filosofia política, a teoria do conhecimento e a filosofia da mente, até a metodología das ciências sociais.
Cumpre destacar que nunca havia se realizado em nosso país um evento deste tipo. Nos referimos a um congresso tipicamente acadêmico, no contexto da universidade pública, de três dias de duração e com recepção de comunicações de alunos e profesores que foram avaliadas por um comite examinador.
Além disso, devemos mecionar que as mais de trinta comunicações – constituidas por expositores e conferencistas convidados – se agregaram a mais de setenta pessoas compostas em sua maioria de estudantes e professores universitários que participaram como ouvintes do evento. Também devemos destacar que, entre os ouvintes, houve uma razoável percentagem de pessoas do exterior (Colômbia, Paraguai e Estados Unidos).
Por outro lado, importantes instituições de nosso país e do resto do mundo nos honraram com sua confianza, apoiando moralmente o Congresso e difundindo-o entre seus membros e associados. Igualmente, a Embaixada da Áustria na República argentina enviou a adesão da própria embaixadora, Sra. Gudrun Graf, que foi lida durante o ato de abertura das atividades.
Finalmente, e em outra mostra de seriedade com a que foi encarada a organização do congresso, o Hayek Fund que depende do Institute of Humane Studies (George Mason University) patrocinou os três palestrantes estrangeiros e mesmo fez a Atlas Fundation.
LM - À quem se dirige o Congresso?
AR - Ele é voltado à estudantes, professores e graduados nas áreas de Economia, Humanidades e Ciências Sociais em geral. Cabe lembrar que o enfoque “austríaco” é multidisciplinar, já que para comprender os fatos enormente complexos que caracterizam o mundo em que vivemos, se faz imperioso estudá-los desde distintos âmbitos das ciencias sociais como a economia, o direito, a ciência política, a história, a ética, para mencionar apenas alguns.
Também há que destacar que o I Cogresso Internacional que organizamos em 2006 chamou a atenção de grande quantidade de estudantes de psicologia que assistiram o evento, em geral estimulados pela obra de Hayek The Sensorial Order.
LM - Quais são os objetivos do Congresso?
AR - O objetivo é reunir periodicamente e no meio acadêmico as pessoas interessadas em aprender ou desenvolver as idéias da liberdade em especial as da Escola Austríaca, contribuindo para o intercâmbio de idéias.
LM - Enfim, Adrian, deixo você livre para sua mensagem final aos nossos leitores.
AR - O Objetivo deste congresso é continuar promovendo a interelação entre acadêmicos e estudantes, dedicados ao estudo das idéias da Escola Austríaca e provenientes de distintos países e disciplinas.
A presença de Jörg Guido Hülsman (França), Calvin Hayes (Canadá), Julio Cesar de León Barbero (Guatemala), Gabriel Zanotti (Argentina) e Ricardo Rojas (Argentina), como conferencistas convidados e confirmados, nos deixa convictos que o objetivo será amplamente alcançado.
Desde já, agradecemos esta possibilidade em que nos brinda para divulgar o II Congresso Internacional no Brasil e naqueles lugares onde este tipo de evento não se verifica no cotidiano.
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Para maiores informações sobre o II Congresso Internacional "A Escola Austríaca no Século XXI", clique aqui.